Salários atrasados, frota sucateada e dívidas milionárias são encontradas por novo prefeito em Jenipapo de Minas

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Segundo o gestor, as dívidas do município ultrapassam os R$ 3,7 milhões

A nova administração da Prefeitura Municipal de Jenipapo de Minas/MG está enfrentando um cenário de desafios significativos no início de 2025. Dívidas acumuladas, frota de veículos sucateadas e obras públicas comprometidas marcam o legado deixado pela gestão anterior.

Durante uma coletiva de imprensa, o gestor municipal Edson Figueró apresentou um panorama detalhado das dificuldades que o município enfrenta. Segundo ele, as dívidas ultrapassam R$ 3,7 milhões, sendo este apenas um dos problemas encontrados até o momento. “Recebemos a prefeitura em um estado lamentável. São dívidas não pagas, obras mal executadas e uma frota de veículos praticamente inutilizável”, declarou o prefeito.

Entre os passivos mais urgentes está a devolução de quase R$ 229 mil ao Governo de Minas Gerais. O montante foi destinado à construção de uma ponte, cuja estrutura foi condenada devido a falhas no projeto e na execução. “Essa obra foi mal dimensionada, resultando no desperdício de recursos públicos. Além da devolução do valor, estamos lidando com juros e correções monetárias que agravam a situação financeira do município”, explicou.

Além da questão da ponte, dívidas relacionadas a outras áreas pressionam o orçamento municipal. Entre elas, estão mais de R$ 25 mil em repasses atrasados ao Samu e ao consórcio dos municípios que cuida de crianças infratoras, além de um débito de R$ 39 mil relacionado a eventos da Feira de Gastronomia, realizados pelo Sebrae. A administração anterior também deixou uma folha de pagamento pendente de aproximadamente R$ 1,6 milhão apenas com contratados, e os valores referentes a esses pagamentos não estão disponíveis nos cofres públicos.

Um desafio grave enfrentado pela nova administração é o estado da frota municipal. A inspeção inicial encontrou veículos sucateados, com peças faltantes e danos que comprometem o funcionamento dos automóveis. “Há ambulâncias sem pneus e sem condições de uso e carros sem motores. Essa precariedade limita nosso trabalho, principalmente nos serviços essenciais”, relatou o prefeito.

A situação da infraestrutura não é menos alarmante. Ponte em regiões como Lambari, construídas com materiais inadequados, foram destruídas pelas chuvas recentes, expondo a falta de planejamento. Desvios de recursos públicos, com o desaparecimento de equipamentos e materiais da prefeitura, como móveis, utensílios e até mesmo lâmpadas de enfeite natalino, garrafas térmicas e outros itens, foi relatado pelo prefeito. Além disso, foi destacado por Edson que a antiga administração formatou todos os computadores da sede da Secretaria de Educação, dificultando ainda mais os trabalhos da nova secretaria responsável pelo setor.

Segundo o prefeito Edson Figueró, para enfrentar essa crise, a administração adotará uma série de medidas, como a realização de uma auditoria completa nas contas da prefeitura, a negociação com credores para renegociar as dívidas e a priorização dos serviços essenciais, como saúde e educação.

O prefeito também fez um apelo à população para ter paciência e compreensão diante da situação, ressaltando que a recuperação do município será um processo gradual e que exigirá o esforço de todos. “Sabemos que a situação é difícil, mas estamos trabalhando para mudar essa realidade. Com a união de todos, conseguiremos superar esse desafio,” finalizou.

O Gazeta dos Vales já procurou o ex-prefeito Carlos Center (Coca) para se manifestar sobre as acusações.

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