O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, assinou nesta quinta-feira (9), contratos com seis grupos empresariais que receberam autorização para realizar projetos de construção e operação de ferrovias, no âmbito do programa do governo federal Pro Trilhos.
“As ferrovias que nasceram no segundo reinado, basicamente que temos até hoje, nasceram pelas mãos do privado. Basicamente, todas elas se dedicavam à exploração do café e quebraram na crise de 29 [1929]”, disse o ministro.
O programa governamental estimula a ampliação da malha ferroviária nacional pela iniciativa privada. Os contratos autorizados pela Infraestrutura vão ampliar em 3.506,79 quilômetros de novos trilhos à rede ferroviária do país. A estimativa do governo é que serão mobilizados R$ 50,36 bilhões em investimentos no modal.
Dentre os projetos aprovados, está o de implantação da Estrada de Ferro Juscelino Kubistchek (EFJK). A proposta foi formalizada ao MInfra em 16 de setembro, e é a de maior impacto para Minas Gerais.
Com a autorização, a empresa Petrocity Portos S.A vai poder iniciar a construção da Ferrovia. Com 1.108 km de extensão, a ferrovia ligará Brasília a Barra de São Francisco (ES), passando por Goiás e cruzando 34 localidades – incluindo nada menos do que 28 municípios mineiros.
Estão no traçado da ferrovia Arinos, Ataléia, Berilo, Buritizeiro, Chapada do Norte, Claro dos Poções, Cristália, Francisco Sá, Franciscópolis, Grão Mogol, Ibiaí, Itambacuri, Jequitaí, José Gonçalves de Minas, Lagoa dos Patos, Leme do Prado, Malacacheta, Minas Novas, Montes Claros, Ponto Chique, Riachinho, Santa Fé de Minas, Setubinha, São João da Lagoa, São Romão, Teófilo Otoni, Unaí e Urucuia.
Com atuação no setor portuário, a companhia pretende investir R$ 13,5 bilhões na construção dos novos trilhos e mais R$ 700 milhões para manter, ao longo do percurso da EFJK, seis unidades de Transbordo e Armazenamento de Cargas (UTACs). Com isso, o investimento 100% privado chegará a R$ 14,22 bilhões.
Escoamento de carga no Norte e Noroeste mineiro
A empresa ressalta que o projeto vai assegurar o escoamento da carga produzida no Planalto Central e regiões Norte e Noroeste mineiro e capixaba pelos portos do Espírito Santo, especialmente no Terminal de Uso Privado (TUP) que a Petrocity vai operar no litoral de São Mateus (ES), na região de Urussuquara.
Segundo a Petrocity, além da conexão com o transporte portuário/cabotagem, a ferrovia garantirá uma “perfeita integração primária do Distrito Federal e dos estados de Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo”.
O empreendimento dotará essas unidades da Federação com a estrutura necessária para o recebimento, armazenamento e movimentação de cargas, garantindo a segurança para futuros investimentos na região, hoje limitados por falta de uma logística de transporte confiável, “retendo assim, o aumento da produção brasileira e do nível de emprego”.
Fonte: O TEMPO