O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, não participou do evento
Após ofender um jornalista no domingo (23), a semana do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Palácio do Planalto, sede do governo federal, começou com uma solenidade para defender o uso da cloroquina para o tratamento do novo coronavírus. O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, não participou do evento. Ele cumpre agenda no Ceará.
O país registrou, até agora, 114.772 mortes por conta da doença e 3.605.783 casos confirmados, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das Secretarias Estaduais de Saúde.
Durante a fala, o presidente voltou a lembrar da facada que levou em setembro de 2018, durante campanha eleitoral em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata mineira e expôs divergências com o então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta sobre o protocolo para uso da cloroquina no combate ao coronavírus. E disse que, por isso, o demitiu.
Bolsonaro afirmou ainda que “se a cloroquina não tivesse sido politizada, muitas vidas poderiam ter sido salvas”. O chefe do Executivo não deu nenhuma sinalização de que vai nomear um novo ministro da Saúde, no lugar do general Eduardo Pazuello, que está interinamente à frente da pasta desde 15 de maio.
Evento
Nesta segunda-feira (24), médicos e autoridades se revezaram na tribuna durante o evento: “Encontro Brasil vencendo a Covid-19”. Um dos que discursaram para reafirmar as falas do presidente de que o medicamento deve ser usado no início do tratamento da doença foi Arthur Weintraub, assessor especial da Presidência e irmão mais novo do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.
Luciano Azevedo, que se identifica como médico cristão conservador, entregou ao presidente uma carta de “apoio do tratamento precoce da Covid-19”. Segundo ele, 10 mil médicos assinaram o manifesto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, em 17 de junho, que decidiu interromper os experimentos com hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19.
Ofensa
No último domingo (23), o presidente disse ter “vontade de encher de porrada” um jornalista do jornal O Globo ao ser questionado pelo repórter sobre repasses de R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), à primeira-dama Michelle Bolsonaro. A fala foi dada durante visita à feirinha de artesanato em frente à Catedral Metropolitana de Brasília.