Mais de 260 famílias do Vale do Jequitinhonha participam das colheitas
O programa de agricultura familiar Raízes do Vale registra forte expansão e já alcança 100 hectares de terras cedidas para que diversas famílias do Vale do Jequitinhonha – entre elas agricultores de Capelinha (MG) – para cultivar milho, feijão, mandioca, abóbora e outros alimentos dentro das florestas de eucalipto da Aperam Bioenergia.
A colheita, ainda em andamento, já contabiliza mais de 4,7 toneladas de feijão, 3,6 toneladas de milho e estimativa de chegar a 17 toneladas de mandioca. Considerando apenas essas principais culturas, o volume total ultrapassa 25 toneladas que já foram coletadas pelas mais de 260 famílias beneficiadas do Vale do Jequitinhonha.
Valto Fróes dos Santos, conhecido como Valtinho, de 61 anos, é presidente da Associação dos Produtores Rurais Quilombolas do Ribeirão Invernada. Das 38 famílias da comunidade, 13 participaram do plantio e colheram mais de 600 kg de feijão e cerca de 80 sacas de milho, que vão alimentar e gerar renda para os moradores.
Mas nem sempre essa foi a realidade da comunidade. Antes, Valtinho precisava deixar a família de forma recorrente e migrar para São Paulo, onde trabalhava como cortador de cana-de-açúcar nas lavouras. Hoje, na sua propriedade, ele cultiva cana-de-açúcar e produz rapadura.
Natural de Capelinha e eleita presidente da associação, a comerciante Flávia Fernandes também comemorou o saldo da produção e já faz planos para construir uma nova sede para a sua associação e, futuramente, reativar a produção local de farinha de mandioca.
Outro exemplo vem da Associação do Distrito de Bom Jesus do Galego, que na última safra, foram colhidas 5 sacas de milho e 479 kg de feijão. O próximo ciclo de plantio, previsto para o segundo semestre de 2025, já conta com a participação de 21 associações comunitárias.
Cada associação recebe uma área de até cinco hectares dentro das plantações de eucalipto da empresa, que oferece apoio para o preparo do solo e assistência para os cultivos de alimentos. Além disso, os moradores também passam por treinamentos de segurança e recebem os EPIs necessários para as atividades de manejo.