ÁGUA BOA: Prefeito reeleito Zola tem diploma cassado pela Justiça em Capelinha, decisão cabe recurso

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O prefeito de Água Boa, Orlando Cardoso Pereira (Zola), teve seu diploma cassado e foi condenado à inelegibilidade por oito anos após a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que revelou práticas de abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio nas eleições de 2024. A decisão foi proferida em primeira instância pelo juiz eleitoral Filippe Luiz Perottoni, da comarca de Capelinha, no dia 19 de dezembro de 2024. A sentença ainda cabe recurso.

De acordo com a acusação, Orlando e seu vice, Leandro Keoma Augusto dos Santos, foram multados em R$ 50.000,00 cada, devido à prática de captação ilícita de sufrágio. Ambos são acusados de oferecer dinheiro a eleitores para que esses alterassem seus votos. Em um caso específico, Orlando teria oferecido R$ 1.000,00 a dois eleitores, Carlos Antônio e Sérgio Emanuel, em troca de votos, além de prometer mais R$ 1.000,00 em caso de vitória nas eleições. Através desse modus operandi, ele solicitou que os eleitores retirassem os adesivos do candidato da oposição, Zitão, e colocassem os seus, configurando claramente a prática de captação ilícita.

Outra suspeita é que ele tenha pago o valor de R$ 50.000,00 ao formador de opinião João Vitor de Aguiar, conhecido como João do Ari, para garantir seu apoio e influência nas eleições, especialmente na zona rural, onde obteve sua vitória. João Vitor, que tem grande influência na comunidade, teria promovido Orlando durante grande parte da campanha, o que alterou o equilíbrio do pleito eleitoral. Essa ação, embora direcionada a apenas um eleitor, teve um impacto substancial, comprometendo a paridade de armas no processo eleitoral.

Outros envolvidos, como Edilson Evaristo Ferreira e Darli José de Oliveira, também foram multados e condenados à inelegibilidade. Ambos participaram do repasse de recursos de Orlando para João do Ari. O juiz Perottoni ressaltou a gravidade das condutas, considerando a desproporção dos recursos empregados, que comprometeram o equilíbrio da disputa, e a violação dos princípios constitucionais que garantem a legitimidade das eleições.

A decisão, que ainda pode ser revista em instâncias superiores, reflete a aplicação rigorosa da legislação eleitoral no combate à compra de votos e ao abuso do poder econômico, práticas que, segundo o juiz, desequilibraram o pleito e prejudicaram o processo democrático em Água Boa.

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