Uma atitude humana para produzir café. Este foi o caminho escolhido pela familia e Fazenda Nakamura para desenvolver um fruto capaz de extrair o melhor do trabalhador e da terra para o paladar. Localizada no município de José Gonçalves de Minas, na região Chapada de Minas, no Vale do Jequitinhonha, a fazenda recebeu a 2° geração de cafeicultores da família.
Embora esteja em uma área propícia para a mecanização, a vontade de trabalhar com pessoas foi maior, e o produtor implementou com “cara, coragem e ideal”, um método mais humanizado de tratar o café. “É impossível não observar que a humanização é prioridade e isso impacta não só o ambiente, mas outros departamentos do negócio. Com o suporte do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), colocamos tudo no papel e constatamos, por exemplo, que a colhedeira mecânica barateava o processo, mas o produtor não abriu mão do contato com pessoas. É claro que a harmonia, e o cuidado com os grãos deixa o café ainda mais especial”, confirmou o técnico de campo, Luiz Felipe de Oliveira.
“Com a colheita 100% manual, a fazenda foca no produto e também no desenvolvimento socioeconômico da região”, de acordo com Élvia Nakamura. “Sempre tivemos muita colaboração, parceria e compreensão da comunidade local e vizinhos da região. A colheita começa em meados de junho e termina entre agosto e setembro. As cerejas são secas naturalmente em terreiro forrado de dez a vinte dias, dependendo da intensidade solar. Focamos no desenvolvimento sustentável e, por isso, utilizamos energia fotovoltaica para atender a demanda de toda a fazenda”, completou.
Sucessão familiar e ATeG
A técnica e as boas práticas agrícolas sempre estiveram no escopo da Fazenda, uma vez que o produtor tem formação acadêmica em agronomia e sempre foi muito disciplinado.
Embora Nakamura confesse que a melhoria técnica seja “contínua”, o Programa impactou profundamente a gestão comercial da fazenda, que não gerava informação para uma tomada de decisão mais coesa. “É mais uma chance de atingirmos novos mercados, e esse é o meu objetivo agora junto ao meu pai”, confirmou Éder Nakamura, filho do casal e engenheiro ambiental que representa a terceira geração dos Nakamura na cafeicultura no Brasil. “Estar aqui na fazenda é olhar para o passado, presente e futuro. É onde eu cresci, ajudando meu pai no terreiro quando criança. É onde estou hoje, trabalhando e provendo minha família, e é o que eu quero deixar para meus filhos”.
“A volta do Éder nos trouxe alegria. Saber que vamos ter continuidade deu outro ânimo para continuar crescendo. Já investimos em irrigação e vamos montar uma agroindústria de torrefação de cafés especiais. Novos projetos e novos sonhos! É tudo gratificante”, finalizou Claudio Nakamura.